Páscoa, que trazes pra mim?

Sabe aquela sensação de ânimo e esperança que não queremos que acabe nunca?A Páscoa me proporcionou esse sentimento tão bom, concretizado na vivência do Tríduo Pascal; no meu diálogo com Deus por meio da sua palavra, da oração; e na presença, amor e alegria transmitida pela minha família e amigas que compartilharam este fim de semana comigo.  

Cada momento de carinho e alegria nas conversas, brincadeiras, no lazer; de partilha da ceia, dos chocolates (hum, parte boa hein rsrsrsr) vão ficar na minha memória como um presente especial e bem guardado.  Realmente me senti renovada nesse fim de semana. Não poderia imaginar como seria o meu recomeço nessa data tão marcante, mas tenho amado como Deus tem feito, agido em cada etapa de minha vida.  

Recomeço

Ao meditar o evangelho de hoje, compreendi que Jesus me ensina a entrar na sua presença do jeito que estamos para que, com sua graça e tempo sejamos aperfeiçoados, transformados no homem novo. O Senhor me convida hoje a buscá-lo e a me converter Nele diariamente, pois “a pedra que tapava a entrada foi removida”( referência ao evangelho de João 20, 1-9), por meio da nova aliança em Jesus, que anulou o pecado e nos reaproximou de forma intensa de Deus.

Deixemos o fermento de Cristo tomar todo o nosso ser e nos tornamos seres humanos cada vez melhores, verdadeiramente filhos de Deus. Para tal, quem vive a vida nova em Jesus Cristo, busca e crê nas coisas do alto (leia  Colonossenses 3, 1-4), de modo a redescobrir cada vez mais a semelhança que tem com o Pai Eterno. E a ser também obediente ao Senhor para cumprir o propósito de amor em sua vida,assim como fez Cristo.

O Senhor afirma, por meio da cruz e da Ressurreição de Cristo, o seu amor indistinto por todos e que recebe de braços abertos quem se arrepende verdadeiramente, de modo que este receba uma nova chance para ser livre (ou seja, com a consciência limpa e tranquila para caminhar, além de não deixar mais o medo, as dúvidas, as tristezas, a raiva tomarem conta do nosso ser) e ter vida. Por meio do sacrifício de Jesus recebemos o perdão dos nossos pecados e a chance de uma vida nova Nele e da vida eterna repleta da bondade e amor do Pai.

Sendo assim, para que deixar passar essa chance de ser amado, feliz e livre do jeito que tanto almejamos?Confie no amor do Senhor, pois como Ele diz: “aquilo que os olhos jamais viram, os ouvidos jamais ouviram e os corações jamais sentiram eu preparei para vocês" (1 Coríntios 2,9). Viva pela fé!!Uma doce e feliz Páscoa. 
Segue o meu presente de páscoa pra vc: uma linda música chamada Segura a minha mão.

Perdas: tempo de confiar e esperar em Deus

 

Acredito que para ninguém seja fácil perder, quanto mais as pessoas que amamos. Na semana passada me deparei com essa situação, ao saber que minha amiga Ligia Gomes havia falecido. E uma mistura de sentimentos tomou conta do meu coração: espanto e serenidade, tristeza, saudade e esperança, fé em saber que ela está bem junto de Deus. Por mais que em coração confiasse na vontade do Pai para a minha amiga, vez ou outra me questionava a razão dela ter ido tão cedo. As lembranças dos momentos vividos com ela vinham em minha mente e simultaneamente os sonhos que ela queria viver.
 A saudade faz isso com a gente, mas na forma serenizar o meu espírito e encontrar uma resposta e consolo, começei a orar. A oração para mim se tornou umas das formas mais íntimas de conversar com o Senhor, que é “o meu pastor e nada me faltará”. Assim, compreendi num primeiro momento, por meio da confiança na vontade de Deus, que era o melhor para ela diante de tanto tempo de sofrimento no tratamento. O corpo precisava descansar, paro o espírito descansar e este poder viver livre e pleno.
Num segundo momento, entendi que era chegado o tempo de encerrar a sua missão, mesmo jovem, pois o que importa não é o quanto vivemos, mas como e na intensidade do amor que caminhamos.  Posso afirmar como testemunha que a Ligia, com suas qualidades e defeitos, virtudes e limitações, buscou e se esforçou para viver plenamente, da melhor forma e com muito amor.
Depois o Senhor me fez compreender que no mistério da sua morte terrena e passagem para a vida plena na eternidade, existe um sentido maior, grande de tudo o que acontece conosco, com a permissão do Pai. O futuro nos mostrará que tudo concorre para o bem daqueles que o amam.
Dessa perda e de outras (amigos queridos Ildete, seu Antenor,Marcela, tio Odorico, tia Totora...) que tive no decorrer nesses três anos de tratamento, pude entender também o significado de aprender com elas. A partida da Ligia me fez entender que mais importante que salvar vidas, é salvar almas. Busco com perseverança viver esta salvação, para mim e para os que me cercam. Esta tem sido a semente do sentido da minha vida em Deus. Regada ao amor, fé com obras e oração. Então de uma tristeza por não ter sido do jeito que esperava, meu coração e espírito se encheu de ânimo por estar no caminho certo de minha missão como ser humano e filha de Deus. Fazer o outro viver melhor para partir pleno para a vida eterna gera uma satisfação que ninguém e nada pode comprar. Daí hoje entendo é melhor dar do que receber.
Esta é a minha missão, é sua também, afinal Deus nos colocou no mundo para servir um ao outro no amor. Antes de se perguntar por que Deus permite que aconteçam coisas tão ruins e terríveis, lembre-se que Ele fez algo maravilhoso para ajudar e gerar transformação: você. Fica a dica!!! 

Qual o meu presente para Jesus?

 

 

Nessa semana em que se intensificam os preparativos para o Natal, não esqueçamos do real significado dessa preparação que é nos renovarmos em coração e alma com a chegada do menino Jesus. Iniciemos então com o evangelho de hoje (São Mateus 1,1-25), que remete a confirmação, por meio da árvore genealógica de Jesus Cristo, deste ser o Messias esperado para a salvação da humanidade.
Interessante constatar também no Novo Testamento que Jesus em toda sua missão não renega a história dos seus antecedentes, tanto os que buscaram viver segundo a vontade de Deus quanto os mais pecadores. Assim como acolheu as pessoas também indistintamente em toda a sua trajetória de vida. Mostrando que Deus fez a sua história, por meio de Cristo, semelhante a nossa humanidade, mesmo sendo divino.
Este evangelho nos faz refletir, sobretudo, se estamos atentos e preparados para a segunda vinda de Jesus. Assim como fizeram as 14 gerações antes do nascimento de Cristo. Deus enviou profetas e revelou sinais dessa vinda do Messias, por meio das Escrituras sagradas (Antigo Testamento), o que de fato se concretizou com o nascimento de Jesus Cristo. E nós? nos preparamos realmente?
Compartilho hoje uma proposta feita durante a missa na Canção Nova (http://www.cancaonova.com/)para atingirmos esta meta e nos renovarmos verdadeiramente. Até a véspera do natal decidirmos o que vamos oferecer de presente a Jesus durante um ano. Por exemplo, “eu não vou mais falar palavrão” ou “eu vou ser mais paciente”. Pense em algo que você queira mudar, escreva num papel e coloque este dentro de uma caixinha de presente. Ofereça a Jesus no dia do seu nascimento e após o Natal retire o papel e coloque este num local bem visível para que você sempre se lembre do presente que ofereceu à Jesus e assim se esforce para cumpri-lo. Ao fim do ano, você verá como se sentirá bem e transformado.
Como afirma Pe. Bantu Mendonça: “Portanto, a genealogia de Jesus mostra-nos que Ele assumiu por completo a natureza humana, e que a humanidade se preparou para recebê-Lo. Ele se fez humano para que o humano se fizesse divino. Agradeçamos a Deus pelo Seu amor e pela Sua misericórdia” (http://blog.cancaonova.com/homilia/).

Vamos partilhar?

Hoje gostaria de falar sobre partilha, mais um aprendizado de Deus a mim. Gostaria de exemplificar esse assunto com os meus momentos nas salas da radioterapia e da quimioterapia. Nesta última, vou de 6 em 6 meses para tomar Aredia (se trata de uma medicação que ajuda a fortalecer os ossos e ministrada por via intravenosa).
O procedimento dura três horas, então logo pensei no que fazer durante esse tempo para distrair. Levei livros e revistas, porém o que prevaleceu foi o bate-papo (confesso que este é uma das coisas que mais amo fazer). Falamos sobre tudo: receitas de comida, histórias da vida, testemunhos, espiritualidade, piadas. Assim começaram novas amizades. Passávamos ali pela mesma luta do tratamento e de uma certa forma parecíamos uma família naquela tarde de sexta-feira. Então compreendi que ali se desenrolava mais que uma conversa, era uma troca de amor. Sim, pois um fez ao outro o bem com um sorriso, uma palavra, uma esperança, um ânimo e o simples fato de escutar.
Na radioterapia, durante o tempo de espera antes do tratamento, também formam-se grandes vínculos de amizade e apoio. É como se cada um fosse psicólogo um do outro, entre desabafos e conselhos. Além de comemorarmos juntos as nossas conquistas nesta etapa.
Nesses locais, observei a verdadeira partilha que o Senhor deseja que façamos, do amor ao proximo.  
Uma segunda lição tive na visita inesperada da minha amiga Taís Vale (recém chegada em São Paulo para fazer uma pós-graduação) que me proporciou muita alegria, nos divertimos muito, conversamos, jogamos ping-pong. A amizade é uma troca maravilhosa de amor. Quanto a esta lição, não poderia deixar de falar também da Cíntia Menezes, que como sempre, se tornou não só minha amiga, mas minha irmã e também me contagiou naquele dia com todo o seu entusiasmo e ajuda, ela com certeza é um exemplo de ser humano. E também da amiga Ligia Gomes, que compartilha comigo uma amizade tão preciosa formada nesta jornada do tratamento e inesquecíveis momentos de esperança e alegria como, por exemplo, quando me convidou para passar a Páscoa com a sua família. Verdadeiramente me senti acolhida, em família.
Outra lição de partilha que tive posso destacar são atitudes simples como da amiga Ivone Carvalho, que numa missa lotada trouxe cadeiras para mim, minha mãe e minha irmã. Nesse dia ainda fui presenteada pelo Pai Eterno, ao conhecer pessoalmente o professor Dalcides (apresentador do programa Escolhas da Vida, no canal da Rede Vida de Televisão) e poder agradecer pela oportunidade que ele me deu em seu programa de compartilhar meu testemunho de fé e muitos sentimentos bons aos telespectadores.
Diante desses fatos, refleti sobre o sentido amplo de partilha. Deus nos fez para isso, para servir um ao outro. Vejamos a relação do homem e a natureza, este depende da outra para sobreviver. Já a natureza depende das condições favoráveis do planeta Terra, este por sua vez do Universo que o mantém em órbita. Enfim, um complementa o outro.
Esta é a beleza de Deus, tudo o que Ele fez foi no sentido de unir e compartilhar. O ser humano foi feito para amar e ser amado. Busquemos então na vida partilhar o máximo de amor que pudermos e assim construiremos um mundo melhor.

"Nesta bela jornada da vida, os caminhos se alargam e se iluminam para aqueles que só semeiam o Bem e partilham..." (N. Rogero).

Perdoar é preciso!!

Muitas vezes quando li o trecho do evangelho de Mateus 18, 22, em que Jesus aconselha “você não deve perdoar sete vezes, mas setenta e sete vezes”, me perguntava como seria possível colocar este conselho em prática, afinal considerava certas situações, atitudes, muitos duras e traumatizantes, que deixavam marcas ao ponto de ser para mim imperdoáveis.

Na vida, aprendemos certas expressões, que se tornam influenciáveis consciente ou inconscientemente, na nossa forma de pensar e agir. Aquela famosa frase “Eu perdoo tudo menos isso”, como falei isso várias vezes em minha vida e imagino que em algum momento da sua você deve ter pronunciado esta frase, até num momento de raiva, sem pensar mesmo.

O período do tratamento se tornou de certa forma um remédio para esta autodefesa em relação ao ato de perdoar. Acredito que passei a ver o quanto a falta de perdão me afastou de pessoas, deixou mágoas, rancor, que se tornavam fantasmas dispostos a me assombrar quando menos esperava, enfim, entendi que o perdão era necessário para primeiro me sentir livre para prosseguir.
Aprendizado

Lembro que na infância, ocorreram momentos em que Deus me aperfeiçoou nesse sentido, os quais eu tive que encarar e buscar o melhor caminho no coração para chegar ao perdão. Esta fase da minha vida acredito foi a que eu mais exercitei este ato, afinal a criança pode não gostar de algo que fizeram com ela, mas a pureza e o amor em seu coração é tão grande que não há espaço para mágoas.
Este é um dos motivos pelo qual Jesus afirma que devemos ser como as crianças (Marcos 10,13-16), elas são mais sábias do que imaginamos. Um dia fomos crianças, um dia tivemos grande sabedoria, orientada pelo Espírito Santo, pelo nosso anjo da guarda, pela palavra de Deus e pela nossa família. 

Na adolescência, esse processo foi ficando cada vez desafiador, diante desta fase em que passamos por transformações, definição de personalidade e caráter. No meu caso, afirmo que muitas situações nesse período foram determinantes para a minha formação de pensamento e minhas atitudes sobre a vida. Tive um trauma que não vale a pena descrever agora, pois acredito que não vai trazer nenhum proveito para ninguém, que se tornou uma ferida que fora após longos anos cicatrizada.
Talvez cicatrizasse mais rápido se eu houvesse me disposto a perdoar, mas no fim das contas tentei apagar da minha mente como se apagasse com uma borracha, o que serviu durante um tempo.  Mas quando me deparava com outras pessoas passando uma situação semelhante, a lembrança vinha a tona, junto com a raiva, rancor, mágoa, revolta, o que me gerou um tempo tristeza (depressão). Na minha profissão, inconscientemente aquele fato, me tornou uma pessoa crítica e até as vezes tinha ar de justiceira, sentia que tinha que tomar uma atitude, mas não tomava.
Mas acredito hoje o que me faltava mesmo era coragem para encarar aquela situação de frente. Pois culpava a pessoa que me fez mal por aquela lembrança quando o que não enxergava era que eu tinha a opção de ser quem eu queria sem deixar o passado me abalar e encarar aquilo com mais um aperfeiçoamento para compreender o que era o perdão e assim poder praticá-lo. Foram longos anos para perdoar esta pessoa verdadeiramente. Deus permitiu que nos encontrássemos, e neste dia presenciei o arrependimento sincero desta pessoa, que me pediu perdão, e percebi naquele momento tão esperado em minha alma, que já o havia perdoado completamente. 

Quando achava que já havia superado a maior tribulação vivida, me deparei na minha juventude e mais precisamente, há dois anos (já me encontrava em tratamento), com uma situação bastante difícil e inadmissível para mim: a traição. Ouvia muitas histórias de pessoas que passaram por isso, mas não imaginei um dia passar por algo semelhante, quanto mais nesse período tão delicado que foi o tratamento de saúde pelo qual passo.

Me deparei com a maldade que existe no Mundo,  num momento em que buscava ser o ser humano mais forte possível para poder vencer o câncer (afinal mal maior que este não poderia me abalar, pensava).  A traição de um ser humano que confiamos e amamos poder ser tão dolorida quanto qualquer doença.

E dali, depois de tanto aprender com a palavra de Deus, me vi numa situação onde eu teria duas atitudes a tomar imediatamente: usar  aprendizado dado por Deus para chegar ao perdão ou ficar perdida na mágoa. Resolvi optar pela primeira, afinal aprendi com Deus que antes de amar qualquer pessoa, temos que nos amar primeiro, então era amor demais que havia em meu coração para deixar que todos os aprendizados que havia conquistado fossem por "água abaixo".

Parece até injusto Deus nos permitir passar por certas tribulações, afinal, Ele é o nosso pai e deveria nos proteger, pensava assim, mas passados muitos anos, fui permitindo que Ele abrisse a minha mente e o meu coração para entender que as tribulações fazem parte da vida, mas que Deus nos dá as ferramentas necessárias para superá-las, basta estarmos dispostos a usá-las.

Não foi um caminho fácil, mas entendi ali que era possível. Tomei como exemplo o filho do Homem, Jesus Cristo, que ao ser traído pelo beijo de um de seus amados discípulos, Judas, não demonstrou rancor, mas misericórdia e perdão com aquele homem cego pela ambição, egoísmo, covardia e coração fechado. Jesus nos ensinou enfim o valor do perdão. Se Ele perdoou uma traição, por que eu não pedoaria?
Superação

É incrível como o ser humano adquire uma capacidade, força para chegar a superação, mas muitas vezes preferimos o caminho mais fácil, nos paralisar permanentemente na posição de vítimas e nos fechar para o melhor caminho.

Creio que o primeiro passo para se perdoar verdadeiramente seja entender o quanto este ato pode ser o melhor remédio para alma, sim, pois primeiramente faz melhor pra quem está perdoando quanto para quem é perdoado. Pois o perdão proporciona a nossa libertação de muitos sentimentos negativos que se perpetuam em nosso interior à medida que não deixamos para trás aquele fato. Assim,deixo uma dica, se você se ama e quer o melhor para si, perdoe sempre (Mt 22, 39).

Outro passo é a compaixão. Este é um dos maiores ensinamento de Cristo, pois se Ele tem misericórdia de nós diante de tantos erros que cometemos durante a vida (Lc 23,34), deveríamos ter tal atitude de misericórdia com o outro, não é mesmo? (Mc 11, 25). Como afirma o seguinte evangelho: “Aquele que não tiver pecado que atire a primeira pedra” ( Jo 8,7). Ele nos ensina além, que devemos amar até os inimigos (Mt 5, 43-48), ou seja, tratar bem, pois este ato inesperado gera duas atitudes para quem te fez mal, este afasta-se pois vê que não pode atingi-lo ou arrepende-se e muda verdadeiramente. Amar é atitude de cristão.

Para se chegar a este nível de compreensão, o essencial seria buscar orientação e assim uns podem estar pensando nesse momento em terapia (não desmerecendo esta que tem grande importância para se chegar ao auto conhecimento e buscar soluções construtivas para lidar com o dia-a-dia, a vida). Mas é essencial, posso dizer com convicção, a oração, a leitura da palavra de Deus. Alguns chamam a bíblia de guia, livro de auto-ajuda, enfim, não vi até hoje melhor conselheiro do que o evangelho. À medida que você conhece a sabedoria divina e busca como prática de vida, se compreende melhor o sentido de tudo, ao ponto de chegarmos a um nível de espiritualidade e de tornamos seres humanos cada vez melhores (Sb 7, 14).

Perdoar a si mesmo também foi outro grande aprendizado, pois Deus ensina que é necessário para poder mudar a sua trajetória, atitude e poder seguir em frente, com mais ânimo e livre de qualquer sentimento de culpa que possa nos paralisar no meio do caminho (Lc 5,20). Sem esquecer que podem vir as lembranças do passado, mas com o diferencial que hoje você ao encará-las, vê que foi forte com a ajuda de Deus e capaz de superá-las. O sentimento positivo da superação assume o lugar da culpa.

Outra dica é viver o presente e buscar daqui para frente fazer o melhor na sua vida, preenchendo a vida com lembranças positivas, o que resulta muitas vezes em compensar e confortar o nosso coração e alma. E principalmente, se policiar para não voltar a cometer o mesmo erro. 

Precisamos compreender também que o tempo é determinante para que o perdão seja cada vez mais concretizado em nosso coração, porém basta não demorarmos a dar o ponto de partida. (Ecl 3,1).

Passarela da Alegria!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

"Passarela da Alegria", assim posso definir a manhã da última sexta-feira (30), a qual ocorreu o desfile de lenços, Olha que coisa mais linda!, no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). Quinze pacientes esbanjaram irreverência, alegria e muita emoção na passarela montada no hall do hospital.
A ideia era levantar a auto- estima de mulheres que passam por este tratamento de saúde e “quebrar a rotina” da Instituição, tornando o espaço do hospital mais leve, agradável, com a realização de eventos como este. 

“Quando trabalhamos a questão da auto-estima, é comprovado cientificamente que melhora a adesão ao tratamento, que a vida se torna um pouco melhor e que isso aumenta as chances de cura”, explicou a coordenadora de humanização do Icesp, responsável pela ação, Maria Helena Sponton.

O desfile foi embalado pela música “Garota de Ipanema” (música de autoria de Vinícius de Moraes e Tom Jobim) e teve a participação também dos contadores de histórias, o escritor e voluntário, Giba Pedroza, e o ator e professor de teatro João Acaiabe (este interpretou  tio Barnabé, no Sítio do Picapau Amarelo) que apresentaram cada modelo com histórias de infância marcantes das mesmas.

Confesso que curti muito como contaram a minha história, quando inventava brincadeiras com lenços e lençóis, com muita criatividade para divertir minhas irmãs e amigos. Além de expor minha paixão pela arte e literatura. Houve ainda a apresentação no piano da paciente Maria Inês Martins Vasconcellos.

A maquiagem e o “look” das modelos, composto por lenços coloridos e estampados e joias, foram cedidos por parceiros do Instituto especialmente para o evento.

Para mim, o convite para participar desta ação significou muito no sentido de celebrar com outras pacientes nossas conquistas nessa luta. Jamais passou pela minha cabeça, depois de 11 meses na cadeira de rodas, estar desfilando no hall do hospital que me trato para pessoas que passam pela mesma luta e funcionários, alguns amigos, que se dedicam diariamente a fazer o melhor para nós. Entrar na passarela foi momento de grande êxtase, emoção, mas em nenhum momento chorei, a alegria que invadiu naquele dia, só me fazia sorrir, sorrir e sorrir bastante e agradecer a Deus por tanta bênção.

Como minha amiga Silvana Paula Andrade de Matos- também paciente o Icesp- disse, "é um verdadeiro desfile de guerreiras, que não se deixam vencer pelas as adversidades e não tiram o sorriso do rosto, pois dão valor a cada minuto da vida". É assim mesmo que me sinto todos os dias.

Fico feliz também de poder compartilhar esta força, alegria para fora do hospital por meio da Imprensa, que esteve presente e divulgou o evento com muito carinho. Acredito que essas são as notícias maravilhosas e construtivas que sempre deviam ocupar destaque nos noticiários, pois transmitem testemunhos de vida, verdadeiros exemplos de positividade, de esperança e de paciência para vencer cada batalha da vida.

Agradeço a todo pessoal da Humanização, em especial à Maria Helena, Raquel, Raquel (psicóloga) e Bruna, e aos profissionais da Assessoria de Comunicação e Imprensa e de Relações Publicas do Icesp, Fausto, Felipe, Gabriela, enfim, todos que permitiram eu participar desse momento de confraternização.
E também à minha família, em especial mãe Lúcia Regina e irmã Millena, que estão presentes em toda minha caminhada. À amiga Lígia Gomes, que também participou do desfile e tive honra de iniciar uma grande amizade com ela, nesse momento tão intenso de nossas vidas, que é este tratamento. E à grande amiga e conterrânea Taís Vale, que foi assistir ao desfile e participou de mais um momento de alegria da minha história.  A todos, deixo minha eterna gratidão por tudo.

Encerro este registro compartilhando um aprendizado baseado numa passagem bíblica que hoje faz parte da minha essência para viver e resume o sentimento que todos tiveram nessa ação:

“Tenham alegria com o Senhor, repito!Tenham alegria!Sejam amáveis com todos. Não se preocupem com nada, mas em todas as orações peçam a Deus o que vocês precisam e orem sempre com o coração agradecido. E a paz de Deus que ninguém consegue entender guardará o coração e a mente de vocês, pois vocês estão unidos com Cristo Jesus” (Fl 4,7). Viva a alegria!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Confira as fotos do desfile aqui!

Que a saúde se difunda sobre a terra. (cf. Eclo. 38,8)

Saúde, este é o assunto escolhido pela Igreja Católica para a Campanha da Fraternidade 2012, lançada hoje (22). Não poderia deixar de destacar o tema da Campanha, que hoje tem grande interesse e importância para mim (atualmente passo por um tratamento de câncer), e para milhares de brasileiros que de alguma forma necessitam de assistência às políticas públicas de saúde e buscam uma melhor qualidade de vida.
Diante da experiência com o tratamento no Instituto do Câncer de Estado de São Paulo (Icesp), que passo há quase dois anos, posso afirmar que a saúde ganhou uma dimensão para mim que vai além de necessitar simplesmente assistência. Saúde é vida plena.
Quando se tem saúde, há liberdade para trilhar novos caminhos, para andar com os próprios pés (maior independência), energia para curtir e comemorar as alegrias que Deus nos dá a cada dia. Sabendo disso, como lidar com a vida quando você descobre um problema de saúde?
O primeiro remédio, ou melhor dizendo, passo, é a fé. Sim, pois se seguimos em frente, é porque acreditamos que vai dar certo, e confiando no futuro abençoado que Deus tem para nós.
Depois exercitar a paciência e o otimismo, pois sabemos que há tempo para tudo, até para uma melhora, e como acreditamos nesta melhora, enchemos o nosso espírito de alegria de que vamos chegar lá. É como esperar uma tempestade passar, sem pressa, pois logo, logo, o mar se acalma e um lindo arco-íris aparecerá.
E principalmente, continuar  ter os seus objetivos, planos e sonhos, pois as realizações em nossa vida partem destes e nos impulsionam, dão força para continuar, a não desistir jamais. Para se alcançar o sucesso, não esqueço um detalhe essencial que aprendi principalmente, neste período de tratamento: entregar tudo nas mãos de Deus, pedir a sua bênção.
Mesmo dando estas sugestões, é necessário ressaltar que mesmo em tratamento, é possível começar a trilhar novos caminhos. Posso testemunhar minha experiência ao descobrir outras possibilidades de rotina e prazer, que descobri por exemplo, por meio deste blog e da pintura. Além do crescimento pessoal e espiritual pelo qual passamos, visto o valor que damos à pequenas coisas.
Destaco também a postura a ser tomada por todos profissionais de saúde, segundo a Igreja. Estes são os "escolhidos para atualizar a atitude do Bom Samaritano em relação aos enfermos". Essa é uma atitude cristã que deve estendida a toda humanidade, pois como filhos de Deus, temos que praticar o principal mandamento, o amor ao próximo. A Campanha da Fraternidade, vêm, dentre vários objetivos, enfatizar isto, na medida em que olhamos e temos atitudes de amor e misericórdia com os mais necessitados.

CF 2012: TEMA: Fraternidade e Saúde Pública

Lema: Que a saúde se difunda sobre a terra. (cf. Eclo. 38,8)    

QUE MENSAGENS O CARTAZ NOS TRANSMITE?

 ü Atualiza o encontro do Bom Samaritano com o doente que necessita de cuidado. (Lc 10,29-37)

 ü A mão do profissional da saúde segurando as mãos do doente afasta cultura da morte e viabiliza a acolhida entre irmãos (o próximo).

 ü A Igreja como mãe, na sua samaritanidade, aproxima e cuida dos doentes, de todos que se encontram à margem do caminho.

ü O profissional de pé, o enfermo sentado, olhos nos olhos, lembra a acolhida e o compromisso do profissional de saúde, gera relação de confiança.

ü A cruz que sustenta e ilumina o sentido do cartaz recorda a salvação que Jesus Cristo nos conquistou.

A A alegria do encontro recorda aos profissionais da saúde que foram escolhidos para atualizar em a atitude do Bom Samaritano em relação aos enfermos.